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sábado, julho 20, 2013

O Dia da Amizade e os filhos da puta

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Eu já disse aqui em alguns textos que sou egoísta demais. Mas paralelamente a esse defeito, também sou um bom amigo para os que gosto. Por conta disso, já fui besta demais para muitos. Não é uma queixa, somente um desabafo, já que hoje, 20 de julho é o “Dia Internacional da Amizade”. 

Aprendi a ter amigos longevos, mas para isso, é preciso dar um tempo de vez em quando. Também saquei que tem gente de quem somos amigos, mas não são recíprocos. Vou explicar.  

Minha lista de amigos é extensa, graças a Deus. Mas de uns tempos para cá, a lista de desafetos cresceu mais que o normal. O pior de tudo é que muitos deles dividiram tristezas, dias difíceis, farras, risos, cervejas e muitas alegrias comigo. Os motivos? Foram tantas pequenezas que encheram o saco. Claro que tenho minha parcela de culpa, mas sem nenhum tipo de coitadinhismo ou "síndrome de vítima", asseguro que de 100%, pelo menos 70% foi sacanagem dos outros. 

Sou muito passional, costumo dizer que não tenho inteligência emocional, o que me torna um idiota em muitos momentos. Por causa disso, muitos me taxam de malfeitor, vilão, cabeça dura. Pode até ser. Mas basta recapitular quantas vezes eu os socorri, eu os defendi, eu paguei suas contas e tomei suas dores.  Não que não tenha ocorrido comigo, claro que eles também me fizeram bem, mas em menor proporção. Aliás, muito menor. É só lembrar.

Mesmo com minhas incoerências, não escrevo e nem conto mentiras, muito menos sacaneio ou traio a confiança de um parceiro (a). Claro que tem nego que acha traiçõeszinhas uma coisa besta. Outros miram no meu gênio forte e intransigências. Mas quando foi para defendê-los, verbal e fisicamente, estes defeitos serviram. E eu que sou contraditório? Pois sou um sujeito caralisticamente difícil, mas com carisma junto aos malucos, certinhos, figurões e ilustres desconhecidos. Sim, disso posso me gabar.


Todo mundo que convive comigo sabe que sou explosivo, rabugento e apaixonado por tudo e todos que amo. Assim como o “Manda Chuva”, aquele bichano amarelo do desenho animado, já tive minha “ gangue de gatos de rua”. 

Não dá mais pra ser Manda Chuva, Bacana, Espeto, Batatinha, Gênio e Chu-Chu. Já foi, aquele tempo passou. Aprendi que parcerias de ocasião também são formas de consideração, menos visceral, mas não deixa de ser. Só que enchi o saco de “espertinhos”. Amizade é um bem precioso, fato. Cuide daqueles que lhes são caros. Mas somente a de mão dupla, a reciprocidade é fundamental. Papo de só venha a nós comigo não rola. Não mais. 

Tive dias e noites incríveis na minha vida, muitos deles, graças a amigos e ex amigos. Conheci fulanos formidáveis, dos quais guardo lembranças e profundo respeito. Éramos sacanas inseparáveis do que parecia uma sacanagem sincera. Por outros, só tenho desprezo. É assim mesmo, ciclos se encerram. Afinal, a gente se reconstrói o tempo todo e eu me recupero rápido. 

As pessoas mudam, pra pior ou melhor. No meu caso, mudei pra MINHA melhora e piora de quem ta no caminho entre eu e minha felicidade. Principalmente gente falsa. Estou menos tolerante. Menos otário. Menos hospedeiro de parasitas, o que me trouxe paz de espírito. Cheguei ao nível ninja de intolerância e passo por um processo irreversível de desconsideração. Sim, reduzi círculos, filtrei e descartei pessoas. Farei toda vez que for necessário. 

Não quero me bater mais com gente que não é recíproca. Que deturpa as coisas ao sabor de suas necessidades. Fui o amigo mais bacana de muita gente por muito tempo. Apesar de sujeira demais com os desafetos. Mas o problema é esperar a mesma atitude das pessoas. Um erro. 

Claro que essas conclusões são discutíveis. Certamente estou enganado em vários aspectos, mas o texto é deliberadamente parcial e passional. Porém, EU precisava escrever isso. 

Como disse Mário Quintana: "Há amigos que passaram céleres, apesar do calendário nos mostrar que ficaram por anos em nossas agendas. Consulte sempre o relógio do coração, ele lhe mostrará o verdadeiro tempo do mundo". 

Ou Platão, que frisou: "A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro". 

Por tudo isso, hoje agradeço a Deus pelos meus verdadeiros amigos (que são muitos, de todas as classes, partidos, héteros,  gays, raças e crenças) e parte da minha família, que me provam continuamente o que é amizade. Sobre os filhos da puta, eu já sei como lidar com eles. 

Elton Tavares

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