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segunda-feira, julho 01, 2013

As memoráveis férias de julho em Macapá e a babaquice de quem não sabia curtir

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Começou o mês de julho. Em outra época, o período mais aguardado pelos jovens amapaenses. A galera que não viajava tinha a oportunidade de rever os amigos. A maioria deles, estudantes que moravam em vários estados do Brasil. Era aí que rolava a troca de informações culturais e a indignação. Nós inventávamos festas divertidíssimas, com muito rock e birita barata.  Oh “ajuntamento”paidégua aquele. 

Alguns amapaenses, mais exigentes e com a memória fraca, ficavam mordidos com o fato de Macapá não mudar. Eles falavam que não tinha isso ou aquilo, que a cidade onde moravam era o máximo, que todos lá eram legais e blá, blá, blá. Era aquele velho papo para encher os olhos e ouvidos de quem nunca saia daqui, era mais para aparecer, pois a maioria terminou os estudos e voltou para cá, onde as oportunidades ainda são grandes. 

Mas também tinha a galera que notava todos os contras de nossa terra, mas não dava importância, pois estavam felizes de estar com a família e amigos. A mudança de comportamento dessas pessoas era de acordo com sua personalidade, os legais saíram daqui e voltaram cheios de novidades, idéias e muita vontade de mudar Macapá para a melhor. 


Já os pregos, chegavam torcendo o nariz e (pasmem) até mudavam sua forma de falar, com sotaques e vícios de linguagem das respectivas cidades onde moravam. Sabemos que, em alguns casos, é normal que pessoas absorvam o linguajar do local onde moram, mas a maioria deles era pura falta de personalidade mesmo.

Tinha cada figura. Nós éramos rotulados de loucos, pois escutávamos rock e fazíamos o que dava na telha. Fomos alvo de uma moçada “careta” que fazia o tipo politicamente correta. Até esses patetas irem estudar fora do Amapá. Foi um choque para eles, teve santa que virou puta, teve prego que virou safo, sapo que virou príncipe e princesa que virou baranga. E vice-versa. 


Alguns, que eram babacas, viraram caras legais e outros, que eram legais, se tornaram chatos esnobes. Parecia muito com o papo do Douglas, aquele personagem do ator Bruno Garcia, no filme “Lisbela e o Prisioneiro”. 


Douglas era um pernambucano, que se esforçava para falar com sotaque carioca, pois tinha passado um tempo no Rio de Janeiro e ao voltar para sua cidade natal, desdenhava de tudo, pois as coisas boas se passavam no "Rio di janêiro". A grande febre dos anos 90, na capital amapaense, foram as boites e barzinhos. A noite ficava mais agitada, todos estavam afim de diversão (é incrível, mas tinham mais opções que hoje).

Foi uma época em que a vida noturna local era muito mais badalada (não sei se essa opinião é a confirmação de que estamos ficando velhos). O mais legal eram as festas. Rolavam muitas festinhas nas casas, reuniões de amigos, regadas a rock e vinho barato. 

Já tivemos “julhos memoráveis”, eventos marcantes como o Dia Mundial do Rock, realizado pelo Bio Vilhena, noites no antigo Mosaico, show do U2 Cover e quando inventamos o Lago do Rock (para combater a micareta), som legal e companhia paidégua. Nostálgico!

Casos e mais casos engraçados. Conhecemos tanta gente assim, mas o melhor das férias de julho, quando não viajávamos, era rever os amigos, a maioria deles não era como as que citamos neste texto. Eles amam este lugar tanto quanto nós e ficavam felizes em estar conosco, os provincianos enraizados, mas por vontade própria (risos).


 Elton Tavares e André Mont’Alverne

9 comentários:

  1. POde crer... lembras a agitação que era na frente do Novo Hotel e depois no Estacionamento do Banco do Brasil? rsrsrs

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  2. Puts...tu lembras de cada parada véio! Lendo parece que to vendo.rsrs Mas o que vale é aquele povo que agente sabe que tem raiz e que são amigos de verdade!! Que sejam bem vindos!

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  3. E isso não muda... ;)
    É o mesmo transito, mas a turma muda. :D
    auhauhauhauh
    É a velhice mesmo, Elton.
    Tem quebramar esse mes e falei com o Arlei e ele disse que iria rolar uma noite no francês tbm... aguardemos que o Rock'n'Roll sempre rola..

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  4. O pior é quando uma galera chega, fala mal, mas não tem coragem de mudar nada....

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  5. Ééé é foda essa galera que só aparece com o intuito de colocar lugares e situações como inferiores. Mas, também vai de quem tá por perto quando ouvir questionamentos insignificantes à respeito da cidade defendê-la da galerinha oca. Enfim vamo, que vamo aproveitar mais 1 mês de julho, curtir, bater um papo agradável, escutar uma boa música, beber, namorar, pra quem ainda vai trabalhar continuar trabalhando, ler, ver um bom filme, rever a galera sangue bom.. égua as pessoas têm tantas coisas pra fazer que não dá pra entender como ainda existem seres capazes de sair da sua terra e retornarem cheios de ignorância e arrogância. IECA!

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  6. Ei Elton, eu moro fora mas não sou metido, hein! Continuo falando "Éeeegua" e "Paid'égua"! Falo tanto de Macapá, que os meus amigos israelenses estão morrendo de curiosidade de ir aí um dia.

    Só pra ilustrar o que tu escreveste, tem aquela história do cara que volta ao norte depois de muuuuitos anos fora. Convidado para uma caranguejada na casa de um amigo, se faz de tonto apontando com o indicador bem de pertinho para o crustáceo e solta: "Que bicho é esse hein!", no que o caranga tasca a patona no dedão do rapaz reavivando a sua memória: "Aaaaaaah! Tira esse CARANGUEJO daqui!".

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  7. Putz!! Como eu amo voces cara!! Muito muito mesmo! Adorei o texto! Estao e parabens!

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