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segunda-feira, abril 15, 2013

Discos que formaram meu caráter (parte 15) - Pantera- Cowboys From Hell (1990)

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Que se abram as portas do inferno deixem todos os demônios passarem e podem fazer toda reverencia para este disco. Quem não conhece, com certeza vai ficar assustado, mas a “bolacha” de hoje algo extremamente surreal, algo como uma volta no andar de baixo o disco de  hoje e “porradaria” do começo ao fim e com certeza colocou muita cabeça pra bater, eu falo de “Cowboys From Hell” do Pantera.

Na batalha desde 1981, o Pantera não era muito conhecido, soava mais como uma cópia de todas as bandas de metal que perambularam pelos anos 80. Era um tempo de cabelos “cor de rosa” e roupas de couro, onde o que importava mesmo era o visual, o som ficava meio de lado, por que praticamente todas as bandas faziam a mesma coisa.

Mas dando uma parada no tempo, esse é o quinto disco da banda, mas marca uma mudança radical no estilo dos caras. Simplesmente eles chegam a conclusão que o tempo de “Glan Rock” ficou no passado com os anos 80, e resolvem fazer uma verdadeira “sonzeira”, algo como uma reinvenção, do tipo “daqui pra frente nós somos assim e foda-se se você não gostar” e assim começa os anos 90 para os caras.

Deixando de lado tudo oque já tinha sido feito pela banda “Cowboys” é como já disse um recomeço, uma volta à estaca zero na história da banda, realmente eles estavam muito a fim de serem reconhecidos como uma banda “realmente porrada”, muito longe da proposta dos primeiros trabalhos.

O disco nada mais é do que uma overdose frenética de intensidade, algo que o Metal estava precisando, o “Grunge” dominava as paradas universais da música e o metal era tratado simplesmente como “pária”. O Pantera, com esse “míssil”, ressurgiu das cinzas como uma verdadeira injeção de sangue vermelho, cheio de nutrientes no coração doente dos metaleiros.

Vamos às faixas infernais:

A porrada sonora começa com “Cowboys From Hell”, a faixa título tem um dos riffs mais conhecidos do metal, os caras mostram logo que estão “por cima” da situação. Depois vai para “Primal Concrete Sledge”, muito legal, puro chumbo nos ouvidos, chega em “Psycho  Holydi”, rápida como tem que ser, vocal incrivelmente alto,. Seguida por “Heresy”, versos como “para que eles possam lamber meu saco”, mostra toda mudança da banda. Na sequencia rola ”Cemetery Gates”, baladinha, os vocais são melódicos uma pausa para respirar. Em “Domination”, umas da minhas favoritas, Phil rosna com raiva nessa faixa, um sentimento de ódio pode pegar você de surpresa. 

A porrada continua em “Shattered”, lembrando o Judas (nos bons tempos), essa canção lembra a clássica “Painkiller” eu acho ela fantástica. “Clash With Reality” a parte do “vamos encher a mortadela”, mas não pode ser desconsiderada, porradaria também, “Medicine Man”, solo bem feito, riffs legais um fleter com rap (?), sim ela é falada não cantada. 

Em “Message In Blond” uma guitarra assombrosamente verdadeira, para levantar a moral de qual quer um. Já na “The Sleep”, segunda baladinha do disco, menos tensa e mais palatável que a primeira, um introdução magnifica e descamba em um estrondoso manancial de riffs inesquecíveis, terminando tudo em “The Art  of Shredding”, uma maneira muito agradável de finalizar o disco, uma trituração em sua cabeça, não poderia deixar de fechar o disco.

Com um som mais pesado, direto e sujo, os caras começaram os anos 90 reescrevendo sua biografia dentro da história do rock, o que poderia ser um tiro no pé se mostrou a atitude mais inteligente.

Tudo nesse disco aparece como novidade, e sim, o metal precisa disso. Hoje em dia, mais de 20 anos de seu lançamento, por sua atitude e importância, “Cowboys From Hell” não desmerece nenhum pouco a nomenclatura de clássico.

É ainda muito relevante, o Pantera pode se orgulhar de ter feito um disco muito bom, melhor excelente....Um disco extremamente cru, ou melhor um “PUTA DE UM DISCO PORRADA”

Marcelo Guido é Punk, pai, marido, jornalista e professor. “A insanidade é algo necessário em minha vida”.

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