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quarta-feira, janeiro 23, 2013

O arcanjo Gabriel

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Hoje falo de outro personagem de minha predileção: o arcanjo Gabriel. 

Gabriel aparece nas bíblias com nomes como o Anjo da Morte e Príncipe do Fogo e do Trovão, mas o que eu gosto mesmo é de sua constância como mensageiro. Uma espécie de Miguel Strogoff bíblico. Sobretudo como arauto de nascimentos. Nessa função, talvez facilitada por falar fluentemente siríaco e caldaico, anunciou o nascimento de Sansão, o de João Batista e, todos sabem, anunciou Jesus a Maria. Sem esquecer que estava lá, firme, no tremendo sarro do Santo Sepulcro, na hora da Ressurreição. Dizem que, quando as três Marias chegaram com a mirra, encontraram a pedra removida e a tumba vazia. 

E, aí, um anjo de veste branca fulgurante, que tinha chegado antes - era ele! -, lhes disse que Cristo já tinha saído, e aconselhou-as a levar a notícia aos Apóstolos. 

Mas (agora verifico) antes já tinha destruído os hóspedes de Senaqueribe, explicado a Daniel (o dos leões) alguma de suas visões, mostrado o caminho do Egito a José, e ajudado a enterrar Moisés. 

Incansável, ainda é Gabriel que, seis séculos depois, está lá, em Meca e Medina, ditando o Corão pra Maomé. E não fez por menos - recitou as 114 suras ao som de sinos, com absoluta precisão, em ordem decrescente. Quando Maomé morreu foi ainda Gabriel quem ajudou a levá-lo pro sétimo céu montado no Borak. 

Em tempo: Consulto agora o Smith's Bible Dictionary. Segundo essa pequena obra-prima, o evangelho de Lucas, o livro de Daniel e a tradição judaico-cristã tratam Gabriel como um dos arcanjos, individualizado. Mas, na Escritura, Gabriel designa apenas a função angélica de ministrar conforto e simpatia aos seres humanos. Em suma - os arcanjos seriam todos gabriéis. Donde a ubiqüidade. Guardo minha admiração mitológica, continuando a ver Gabriel como um superarcanjo. 

Millor Fernandes, no livro A Bíblia do Caos. 

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