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quarta-feira, maio 23, 2012

Festividades a São João: singularidades pelo Brasil e no Amapá

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As comemorações de São João (24 de junho) fazem parte de um ciclo festivo que passou a ser conhecido como "Festas Juninas" e homenageia, além desse, outros reverenciados em junho: Santo Antônio (dia 13) e São Pedro e São Paulo (dia 29). De acordo com a região do país, variam os tipos de dança indumentária e comida.

No Nordeste sertanejo, o São João é comemorado nos sítios, nas paróquias, nos arraiais, nas casas e nas cidades. As cidades de Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, são as que mais atraem gente em conhecer as maiores festas de São João do mundo.

Caruaru criou uma cidade cinematográfica, a vila do Forró, que é a réplica de uma cidade típica do sertão, com casas coloridas de arquitetura simples habitadas pela rainha do milho, pela rezadeira, pela rendeira, pela parteira. Ali há também correio, posto bancário, delegacia, igreja, restaurante, teatro de mamulengo. Atores encenam nas ruas o cotidiano dos habitantes da região. O maior cuscuz do mundo, segundo o Livro Guinness de Recordes, é feito lá, numa cuscuzeira que mede 3,3 metros de altura e 1,5 metro de diâmetro e comporta 700 quilos de massa. Uma das grandes atrações da festa é o desfile junino na véspera de São João de mais de vinte carros alegóricos, carroças ornamentadas com cortejo de bacamarteiros, banda de pífaros, quadrilhas, casamentos matutos e grupos folclóricos.

Campina Grande construiu um Forródromo que recebe todos os anos milhões de pessoas. Elas se divertem assistindo a apresentações do tradicional forró pé-de-serra, de quadrilhas, cantores, bandas e desfiles de jegue, participam de jogos e brincadeiras e deleitam-se com as comidas típicas vendidas nas barracas.

No Amapá o folguedo junino ganhou linguagem, linhagem e brilho próprios. As quadrilhas estão estilizadas, com figurinos luxuosos, cheios de brilho, estilo, como alegorias carnavalescas. Para manter o padrão, os grupos gastam em torno de, no mínimo R$ 20 mil na produção. Há grupos, como Simpatia da Juventude, Pequena Dama, Revelação, entre outros, cuja produção não sai por menos de R$ 40 mil. A verba vem de patrocínios, apresentações em festas de pequeno e médio porte, aluguel de roupas para quadrilhas de menor projeção e desembolso dos próprios integrantes, que pagam pelas roupas.

Se nas quadrilhas tradicionais a função do marcador dita os passos dos pares com os famosos alavantu, anarriê, etc., nas estilizadas ele funciona quase como apresentador. A coreografia é montada dentro de um tema escolhido, a exemplo das escolas de samba. O primeiro minuto de apresentação é uma leitura de texto referente à temática, e os grupos, mesmo com toda inovação nas danças, que pode misturar forró ao pop rock, forró ao brega, têm de cumprir alguns passos coreográficos previamente estabelecidos no regimento.

Mas, no Amapá, as quadrilhas tradicionais, chamadas caipiras, não perderam seu espaço. Dentro do Festival Oficial há dois dias dedicados somente aos grupos desse estilo. Com personagens matutos, marcações sertanejas, homens com camisa de estampa xadrez, chapéu de palha, talvez um lenço no pescoço e botas de cano; as damas geralmente com vestidos com estampas florais, de cores fortes, com babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha, as quadrilhas tradicionais alegram ainda mais os festejos, sempre com uma temática bem humorada.

Ainda há os terreiros de ruas, nos quais as comunidades se reúnem em mutirão para ornamentar a passagem de ponta a ponta com bandeirolas, balões, fitas, angariam dinheiro e fazem as iguarias típicas, com muito mingau, tacacá, vatapá, pé-de-moleque e outras guluseimas e, na rua, a fogueira de São João é tradicional. É um momento de união dos moradores e muita diversão, para os pequenos e grandes, com a pescaria, cela.

São João no Amapá é assim, para todos os gostos - nas escolas, nas ruas, nos festivais, nas sedes, em cada município, tradicional, luxuoso, pé no chão nos terreiros. O mês de junho é um turbilhão de festejos e fogos, mesmo quem diz não gostar, dificilmente fica sem provar as comidinhas e doces da época.

Rita Torrinha/Secult

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