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quinta-feira, maio 31, 2012

Esclarecer ou desdenhar? Eis a provocação...

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Por que não gosto de discutir futebol? Pra responder mais honestamente possível seria necessário retroceder alguns anos... 

Um dia preenchi o perfil correspondente àquelas pessoas que não discutem muito, e partem logo para os "finalmentes", falar a língua dos punhos, sacomé?
Mas, isso não ficava muito bonito pra uma menina.

Meu pai, muito machista, não admitia a única filha envolvida com futebol. Como sempre impus minhas convicções, a ele só restou fazer muita cara feia a me ver chegar com minhas primeiras contusões. As reproduzia quando comentava os escanteios, cruzamentos, bolas no ângulo, pênaltis e cobranças de faltas.

Eu jogava futsal e acredito que mulher não cava falta, mete o tênis nas canelas das "vacas" adversárias. E, chegar de salto alto e subterfúgio indispensável de intimidação. 

A prática mais anti-desportiva ainda é comemorar na cara das jogadoras do lado de la'... Minha especialidade.

No sul a disputa mais acirrada acontece entre dois times estaduais, apesar de ter outros dois em ótimas condições de disputa. O que não vem ao caso. Só pra constar o nível da "guerra" entre as torcidas, já deixei de azarar gatinho por ser torcedor do time adversário, não sou apenas gremista, sou anti-colorado. 

Com o tempo me desliguei do futebol. A última vez que derramei lágrimas apaixonadas pelo meu time foi numa disputa de pênaltis do Grêmio com o Emelec, se não me falha a memória, a dupla de ataque era Jardel e Paulo Nunes, e perdemos!

Como todas as minhas paixões depois de me decepcionar, perco o interesse. 

De volta as razões de não gostar de discutir futebol... Posso enumera-las dessa forma: 

1- A postura duvidosa da Fifa; 
2- Os sucessivos escândalos que envolviam jogadores;
3- O deslumbre da profissão. (Pode chamar de despeito, mas não são todos que precisam de estudo pra ganhar rios de dinheiro);
4- As Marias Chuteiras;
5- A tal mala preta dos árbitros (por falar nisso, saudades do juiz Margarida) com seu apito que causava, pura comédia; 
6- Os altos investimentos... Blá, blá tudo isso deixou o futebol arte de lado e sucumbiu ao capitalismo selvagem. Que hipócrita conclusão, essa minha! 

Hoje, quando assisto aos jogos concluo que antes era um esporte coletivo e passou a ser tratado como individual. Se vencedor o discurso se da': "o fulano passou para o cicrano que deu show de habilidade". Se perdedor "tem que mudar o técnico, não passaram a bola para o estrelinha que usa as marcas de seus patrocinadores porque as adora e não porque investem nele"...  

Isso sem falar nas técnicas de teatro que devem constar no currículo de qualquer jogador, sem o teatrinho na hora de cavar falta ou pênalti, não é chamado de profissional. 

Acho engraçado quando os entendidos no assunto criticam o futebol europeu e o tacham com esse ou aquele adjetivo depreciativo. Na boa, rio sozinha. 

Do auge da minha ignorância até assisto a alguma partida de clássicos europeus, se não tiver nada melhor pra fazer. Acredito que ainda haja nele a coletividade da qual sinto falta no futebol brasileiro, que já foi de Romário, Ronaldo Fenômeno e hoje é do Neymar. 

É por isso que não discuto futebol. 

Hellen Cortezolli

Um comentário:

  1. Deixei de ser fanático por futebol quando morei 3 anos em Brasília e não via ninguém torcendo pra time de lá do DF. Até do Flamengo deixei de acompanhar jogos, campeonatos... E olha que pra flamenguista deixar de torcer é porque realmente desencantou mesmo.
    Dei camisas que tinha do Palmeiras (SP), Grêmio (RS), Paysandu (PA), e do Flamengo (RJ) também.
    Tô acostumando meu filho de 4 anos desde cedo como torcedor do Fluminense, pra acompanhar o avô. Acho que eu vou até virar a casaca e virar Florminense hahahaha...
    Hoje só procuro saber do Paysandu, posso dizer que é o único time que ainda torço de verdade, apesar de não gostar de ver resultados negativos do Palmeiras...

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