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sábado, abril 28, 2012

Governador anuncia ser a favor do veto da presidente Dilma ao Código Florestal

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O Amapá entrou definitivamente nesta sexta-feira, 27, para a história dos povos que lutam pela preservação da Amazônia. O governador Camilo Capiberibe anunciou o apoio ao movimento nacional que pretende mobilizar para que o Código Florestal, aprovado esta semana, seja vetado pela presidenta Dilma Rousseff e assinou o documento de adesão à campanha contra o desmatamento.

As duas iniciativas se alinham às políticas ambientais do governo do Estado, que trabalha para combater a destruição da mata amazônica e manter os índices ainda reduzidos de desmatamento no Amapá.

Veto ao Código

A Campanha foi lançada no Amapá a bordo do navio Rainbow Warrior, ou Guerreiros do Arco-Íris, que atracou nesta sexta-feira na Docas de Santana. Os ativistas mostraram para autoridades e imprensa os impactos que sofrerá a Amazônia e principalmente o Amapá, caso o Código Florestal seja sancionado.

De acordo com o coordenador da Campanha na Amazônia, Márcio Astrine, o código é um absurdo porque anistia quem já desmatou e abre precedente para mais desmatamento. "É um projeto que beneficia diretamente os ruralistas e latifundiários. Queremos mostrar para os amapaenses a importância de fazer parte deste movimento", disse o coordenador.

Com a aprovação do Projeto de Lei no executivo, o Amapá será o Estado com mais áreas prejudicadas. O secretário de Estado do Meio Ambiente, Grayton Toledo, explicou que o artigo 13 atinge diretamente o Amapá, que pode perder cerca de 300 mil hectares de área verde, caso este dispositivo seja mantido.

Ele permite a derrubada de até 50% no caso do Estado que tem Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) aprovado, e tenha mais de 65% de seu território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público regularizado e terras indígenas homologadas, caso do Amapá.

Desmatamento zero

A adesão à Campanha Desmatamento Zero foi reforçada com a provação do Código por ferir os princípios ambientais trabalhados nesta gestão. "Quanto mais iniciativas positivas relacionadas ao meio ambiente, melhor. O Desmatamento Zero não representa conflito entre os conceitos de desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O desmatamento zero será para os grandes desmatadores, não para os pequenos agricultores. Me motivou também o fato dela preservar os quilombolas e as populações tradicionais", disse o governador.

Camilo foi o primeiro governador no Brasil a assinar um projeto de Lei de iniciativa popular na área ambiental. "Com a adesão, o governador Camilo torna-se o primeiro gestor a revelar para o mundo os danos do Código para o Amapá, mas que atinge todo o planeta", afirmou o ativista Márcio.

A preocupação do governador com o meio ambiente começa a tomar maiores proporções. Durante o Rio+20, ele vai apresentar a proposta de criação do PAC das Florestas para atender demandas da Amazônia. A intenção é torná-la proposta da Carta da Amazônia.

A Campanha Nacional do Desmatamento Zero foi lançada mês passado, em Manaus, sendo o Amapá o segundo Estado a ser visitado. Daqui o navio do Greenpeace segue para outras cidades litorâneas em busca de mais assinaturas até chegar ao Rio de Janeiro (RJ), onde os ativistas participam da Rio+20.

A passagem por águas brasileiras marca também os 22 anos de luta do Greenpeace pela preservação do planeta. Os ativistas estão em diversos países mobilizando pessoas, pregando a paz, sensibilizando e dando exemplo de vida ambientalmente sustentável.

Mariléia Maciel/Secom

Um comentário:

  1. Que vitória memorável e ainda ter chance de um segundo combate com mais adesões nacionais e internacionais.O planeta agradece. É um gesto lindo e nobre proteger a natureza e por tabela a vida humana. Mas o ser humano que vive na floresta, os ribeirinhos e os que vivem da floresta, também precisam viver. O ser humano deve ser prioritário na área de proteção e preservação. É possível incluir nesse código a garantia de vida desses seres humanos. Senão é como "morrer de sede em frente ao mar. Sabe lá o que é não ter e ter que ter para dar?". Sabem lá?

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