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quarta-feira, outubro 24, 2012

LOVE WILL TEAR US APART

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Imagino que praticamente todos vocês conheçam e já ouviram “Love will tear us apart” do Joy Division e provavelmente consideram essa canção um clássico (ou “crássico” se preferirem) dos nossos tempos...eu particularmente concordo com vocês. Acontece que essa canção sempre me tocou muito e de certa forma seus versos estão sempre presentes (adormecidos às vezes), em muitas das minhas lembranças e talvez por esse mesmo motivo, sempre prestes a “tocar” dentro de mim.


No finalzinho dos anos 80 eu era adolescente e claro que eu preferia Joy Division a New Order. Obviamente isso acontecia porque não haviam outras opções pra mim, a não ser minha própria tristeza. Ai, como era difícil... E lá estavam os versos de “Love will tear us apart” numa espécie de caderninho de anotações que eu carregava pra todos os lados. O que me faltava (e até hoje me falta), era a experiência com esse sentimento que motiva canções e sensibiliza as pobres almas atormentadas como a minha: o amor. Sentimento tão humano e ao mesmo tempo tão divino. E foi assim que comecei a me preparar pro pior. Descobri cedo que amar dói, só não poderia imaginar o quanto, mas não dava pra cantar a canção do Joy Division inocentemente, sem imaginar o que ainda estava por vir.


A história dessa canção é bem conhecida: o casamento de Ian Curtis estava agonizando (eles já haviam decidido se separar mesmo), quando ele resolveu colocar um ponto final em sua epiléptica história (Setembro de 1979). O Joy Division iria excursionar nos Estados Unidas e a carreira da banda prometia trazer muito sucesso e glamour para todos, mas isso parecia não aliviar em nada as dores de Ian e assim “Love will tear us apart” foi escrita como um bilhete de despedida à sua quase-futura-ex-esposa-e-súbita-viúva, Deborah. Ian se suicidou e o resto todo mundo já sabe. Esse “bilhetinho” se tornou a canção do Joy Division que mais fez sucesso.


Já ouvi diferentes versões para essa música e acredito que isso ocorra não pelo fato dela ter sido um sucesso comercial tão grande, mas sim por conta de seus versos que expressam muito bem aquele mal estar que envolve toda situação amorosa em estado de calamidade. Ilustrando: “Why is the bedroom so cold? You’ve turned away on your side” (Por que nosso quarto está tão frio? E você deitada ao meu lado, virada pra parede), ou melhor ainda: “Just what something so good just can’t function no more, when love, love will tear us apart, again” (por que algo tão bom simplesmente não funciona mais, quando o amor, o amor vai nos dilacerar, novamente).
Eu penso que quem não se emociona ou no mínimo ouça com um pouquinho mais de atenção, “Love will tear us apart”, talvez ainda não experimentou o inferno e o céu que é amar alguém. Eita situaçãozinha braba! “When routine bites hard and ambitions are low and resentment rides high, but emotions won’t grow. And we’re changing our ways, taking different roads, then love, love will tear us apart again” (Quando a rotina nos engole e ambições já não existem mais, enquanto ressentimentos aumentam mas emoções não crescem. Estamos mudando nossos caminhos, tomando estradas diferente, então o amor, o amor vai nos dilacerar novamente).
O pior é que sempre desconfiei que Ian Curtis estivesse certo. De uma forma ou de outra, para o bem ou para o mal, o amor sempre nos dilacera. Mas se isso significa estar vivo, que venha a dor, o sangue e a felicidade então.

3 comentários:

  1. Love will tear us apart é um definitivo de fim de qualquer relação. Tá no seu set list há muito tempo !
    Muito legal o post.

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  2. Essa musica e tao especial na minha vida, que me atrevi (Ian C. que me perdoe), a escrever um conto inspirado nela. abs
    www.recantodasletras.com.br

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  3. Essa musica e tao especial na minha vida, que me atrevi (Ian C. que me perdoe), a escrever um conto inspirado nela. abs
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